Nro 57

Nro 57

Numero Revista: 

57

Fecha: 

Martes, Mayo 13, 2014

Sumario Portugues: 

As oportunidades da África para o setor

pesqueiro y aquícola da América Latina

 

Por Roland Wiefels

 

INFOPESCA possui uma vasta experiência de trabalho na África. Isto provem de diversas missões realizadas neste continente nos últimos anos, em Marrocos Moçambique, Angola ou

Tanzânia entre outros. Vem também de estudos realizados sobre o setor pesqueiro y aquícola de cada um dos 53 países deste vasto continente, cuja população superou recentemente a marca de 1 bilhão de habitantes. Com um consumo aparente de 9,9 milhões de toneladas de

produtos pesqueiros em 2010, o bilhão de consumidores africanos desembolsaram um total

estimado em USD 49.500 milhões para a compra destes produtos junto a seus varejistas. O consumo de pescado africano segue a mesma tendência de crescimento que no resto do mundo, inclusive na América Latina. Entretanto, é principalmente o seu crescimento demográfico, combinado a um crescente consumo per capita, que faz com que este crescimento de consumo total seja particularmente importante na África. O Uruguai é um importante fornecedor de produtos pesqueiros ao continente africano e o Brasil investe na cooperação pesqueira y aquícola com os países africanos.

 

A Rede INFO é um eficaz instrumento de aproximação entre a América Latina e a África para o rápido desenvolvimento de relações y do comercio no âmbito pesqueiro e aquícola. Para isso, os países e as suas empresas têm à sua disposição INFOPESCA, do lado oeste do Atlântico e, do lado Leste, INFOSAMAK, com sede em Casablanca, para os países situados ao norte do Saara e INFOPECHE, com sede em Abdijan, para os países situados ao sul do Saara.

 

 

A geografia, a produção e a comercialização

do pescado

 

Por Roland Wiefels

 

A produção e o mercado. Ou será o mercado e a produção? A ordem de colocação destas

palavras não é inocente. Ao colocarmos primeiro a produção, temos em mente aspetos biológicos, técnicos, ambientais e de custos de produção. Em seguida vêm os aspetos humanos e sociais que formam o mercado. Este ponto de vista é frequente, onde vemos os aspetos de mercado relegados a um segundo plano, até mesmo em documentos de projetos.

 

Os grandes centros de consumo brasileiros estudados por INFOPESCA apresentam um

consumo anual per capita de 14,05 kg no Distrito Federal, de 15,01 kg na Região Metropolitana de São Paulo e de 18,05 kg na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O Plano governamental

SAFRA, de pesca e aquicultura, tem por objetivo alcançar uma produção total de 2 milhões de

toneladas de pescado no Brasil em 2014.  

 

O transporte no Brasil é realizado principalmente por estrada e o seu custo influi diretamente na rentabilidade do produtor. Produzir tambaqui (ou outras espécies nativas) na represa ao norte do Estado de Tocantins, por exemplo, é sem dúvida ótimo, em particular pela qualidade das águas. No entanto, a comercialização desta produção pode implicar num longo transporte. O custo estimado deste transporte aos grandes mercados foi estimado em R$ 0,73/kg (por uns 2.200km). A título de comparação o custo de transporte marítimo de produtos congelados da China ao Brasil (21.000 Km) para um produto congelado é de R$ 0,61/kg. Os engenheiros aquícolas buscam sempre reduzir os custos de produção e, da mesma forma, é possível economizar nos custos de distribuição e de comercialização. Com o desenvolvimento acelerado da aquicultura hoje em dia, é indispensável perguntar: escolhemos o sitio de produção levando em conta estas varáveis?

 

Caviar e sucedâneos

Por Thaís Moron Machado

 

  O caviar consiste nas ovas de um esturjão recém-capturado, preservadas no sal e submetidas ou não à pasteurização. É uma especialidade gastronômica de alto valor agregado. O esturjão

pertence à família Acipenseridae, e inclui 26 espécies distribuídas em quatro gêneros.

 

 Websites internacionais oferecem caviar a preços que variam de USD 80,00 a USD 275,00

(embalagem de 28g).

 

 

As ovas da truta arco-íris, Oncorhynchus mykiss, são consideradas sucedâneos de caviar com

grande potencial de mercado. O trabalho científico “Desenvolvimento e viabilidade econômica do sucedâneo de caviar de ovas de truta arco-íris”, inédito no Brasil, foi realizado pela Agencia Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), e demonstrou que o mercado tem um grande potencial para este sucedâneo, que se trata de um excelente produto desde o ponto de vista gastronômico e que é economicamente viável.

 

 

A biodiversidade aquática para dietas alimentares sustentáveis: o papel dos alimentos e do meio ambiente aquático na segurança alimentícia e na nutrição

Pela FAO

 

Os alimentos de origem aquática contribuem significativamente para melhorar e diversificar a dieta e para promover o bem estar nutricional das pessoas. No entanto, os recursos pesqueiros foram mal administrados por décadas e estão hoje plenamente explorados, inclusive superexplorados.

 

A crescente demanda de alimentos de origem aquático será satisfeita pela redução das perdas pós-captura, destinando mais pescado ao consumo humano direto e, fundamentalmente,

com o incremento da produção aquícola. Os aquicultores estão otimistas que poderão produzir maiores quantidades de peixes. No entanto, a disponibilidade de farinha e de óleo de pescado, ingredientes principais das rações para a aquicultura, com a tecnologia atual, põem um limite a este desenvolvimento. Qualquer crescimento do setor aquícola, como o verificado

nas últimas décadas, está portanto vinculado ao fornecimento sustentável de ingredientes de rações de origem terrestre.

 

Isto levou a acordos-marcos e a diretrizes, com o objetivo de assegurar a saúde tanto humana como animal, a proteção da biodiversidade e a promoção da sustentabilidade do meio ambiente. No hemisfério norte surgiu uma maior consciência entre os consumidores sobre a sustentabilidade dos recursos durante os últimos anos. O setor da pesca respondeu com o

desenvolvimento de uma série de sistemas de certificações e de etiquetas atestando que seus produtos são sustentáveis.